O Bogotá, ou “A Cidade Além dos Muros”, é uma opção para aqueles que desejam a um só tempo a difícil combinação entre tranqüilidade e cosmopolitismo. Não é um lugar para caça, e sim para o desfrute dos louros de uma vitória antiga.
Se algum mal-estar o abater pelo impacto dos 2.640 metros que se tem que subir do mar até Bogotá, não hesite: vá a uma casa de produtos naturais e consiga coca. Chá de coca. Não tente mais do que isso, pois essa tentativa equivaleria a abrir mão de ir dormir sem ouvir como vão todas aquelas putas que são todas as brasileiras, notadamente as senhoras mães dos brasileiros todos.
Limpa, organizada e de clima muito ameno durante boa parte do ano (sobretudo no verão, um eterno outono paulistano), a cidade de Bogotá é a quarta maior da América do Sul, tem 7 milhões de habitantes e poucas regiões carentes. O tráfego é ruim em pontos centrais, mas nada que se pareça com São Paulo. Os táxis são baratos e respeitam as regras de trânsito ainda menos que os demais bogotanos, que já as desprezam sinceramente.
Há ali o centro histórico-colonial mais bem conservado do mundo, o Museu do Ouro, o Museu Botero, o Museu da Casa da Moeda e muitas outras atrações culturais em excelente estado de conservação. Boas e grandes bibliotecas, uma quantidade onírica de livrarias e muita vida noturna.
A capital colombiana está ao lado da Cordilheira dos Andes, e uma vez munido de seu chá de coca, vá a Monsserrat, a 3.200 metros de altura. Opte pelo teleférico, mas se puder desça e utilize o funicular para subir novamente. Lá no alto, vá ao Santa Clara ou ao San Izidro para um rum colombiano. Opte pelo Viejo de Caldas, o Santa Fé ou o Medellín.
Na Candelária, vá ao “La Puerta Falsa” e farte-se com o melhor tamale da Colômbia.
Não deixe de ir à Plaza de Toros. Torça pelo toureiro. Suporte o frio de dois ou três graus negativos da madrugada bogotana, e visite o restaurante Casa Vieja. Visite o restaurante Club Colômbia, e não dispense uma entrada de bolinhos de mandioca fritos acompanhados de Suero Costeño. Tome um avião e, em uma hora, chegue a Cartegena de índias. Não tente ir por terra. Levará quase um dia nisso.
E, sobretudo, vá acompanhado a Bogotá. Não aposte nas suas chances obter companhia por lá. Não é bem o clima, e as pessoas bonitas estão Cartagena, Cali e Medellín.
Bogotá, como viagem a dois, é um convite à reflexão e ao conhecimento mútuo.
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