Afrodisíacos são bebidas, comidas ou aromas, que têm por objetivo
potencializar o prazer sexual. Desde muito cedo na história, a humanidade já
procurava por estes estimulantes para poder aproveitar mais os prazeres da vida.
Como a maioria das receitas foi transmitida de forma oral, muito se perdeu com
o passar dos séculos, mas algumas ainda se mantêm viva até hoje, como o caso
da catuaba, ostras, entre outros.
Na Grécia, o culto a deuses como Afrodite, tornava permitido
às pessoas cederem aos prazeres do sexo. Eles costumavam realizar orgias em
que o orgasmo era buscado em sua totalidade, com o uso de poções afrodisíacas
para este fim. Alimentos como cebolas, trufas, peixes eram consumidos por homens
e mulheres para estimular o apetite sexual. Perfumes, como o da violeta, eram
passados nas zonas erógenas das cortesãs para que os homens aumentassem seu
desejo sexual.
Os romanos também tinham suas receitas afrodisíacas, utilizando
vísceras de animais para este fim. A diferença é que além de alimentos, eles
tinham um apelo visual forte para estimular a sexualidade. Utilizavam aromas
e flores para enfeitar os quartos, presenciavam cenas eróticas ao vivo em peças
teatrais, o que é um grande estímulo, levando, conseqüentemente, ao aumento
do desejo sexual.
O cristianismo trouxe a culpa e o pecado. O sexo já não era
mais para o prazer, mas para a procriação. Estimular a sexualidade não era mais
considerado um ritual religioso, pelo contrário, era mundano e proibido. Afrodisíacos
eram considerados produtos mágicos, oriundos de bruxas e magos que trabalhavam
contra a virtude.
Mas nem com todo este discurso os afrodisíacos foram esquecidos.
Propriedades afrodisíacas ainda eram encontradas em alimentos e plantas, e a
curiosidade permanecia grande. Era muito comum que a alimentos de origem exótica
fosse creditada a propriedade de estimular a libido sexual. Ingleses, franceses,
e outros povos de todos os continentes, tratavam de melhorar seu desempenho
sexual com estas descobertas.
Hoje se sabe que muitas das substâncias usadas em épocas passadas
não têm nenhum poder de aumentar o desejo sexual. Ainda não é comprovado que
os afrodisíacos funcionam realmente, ou o que acontece não é nada além de sugestão
psicológica. O que se sabe é que algumas substâncias agem no cérebro humano
a fim de proporcionar sensações agradáveis, mas não necessariamente excitatórias.
Apesar disso, muitas pessoas no mundo todo ainda consomem produtos afrodisíacos,
bem melhores do que os antigos, como géis, balas, bebidas que supostamente aumentam
o desejo e prazer sexuais.
é sempre bom lembrar que o desejo não está no que se consome,
mas na fantasia de cada um. Funciona deixar-se levar por ela, pelo momento vivido
com o outro e por tudo que possa estar envolvendo a relação sexual. Sem isso,
não existe preparado algum que possa fazer um homem ou mulher sentirem mais
da relação sexual do que costumam sentir.
é um erro pensar que um produto, por si só, fará o trabalho
que o cérebro e corpo precisam fazer junto para uma relação sexual satisfatória.
Ele pode ajudar, mas, diferente de produtos como o viagra, que agem diretamente
no organismo, a maior parte do ato sexual está em como cada pessoa encara este
momento, e o que pode fazer para que ele seja cada vez mais intenso e prazeroso.
Anne Griza
Psicóloga